terça-feira, 11 de setembro de 2012

CNBB lança campanha "Voto Consciente"


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou na manhã de quinta-feira, 06 de setembro, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília (DF), a campanha “Voto Consciente”. Estiveram presentes no auditório 2 do TSE a ministra-presidente do Tribunal, Cármen Lúcia Antunes Rocha, e o Secretário-Geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner.
Produzida em parceria com o Núcleo de Estudos Sociopolíticos (NESP) da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), a campanha Voto Consciente conta com vídeos, spots para rádios e texto com orientações para o voto consciente/cidadão e pelo voto limpo.
“Com esta iniciativa, a CNBB faz valer a tradição de sempre dar sua contribuição nas campanhas eleitorais com orientações aos seus fieis e todos os cidadãos, firmadas na ética e na cidadania à luz do Evangelho. A CNBB sempre se preocupou com o voto consciente e se preocupou também com as pessoas que estão à frente das nossas cidades, estado e municípios, para que pensem o bem comum. Então, poder participar de uma campanha como esta, junto com o TSE, é uma satisfação para a entidade. O nosso objetivo é poder ajudar a eleger, homens e mulheres, que pensem no bem da comunidade, das pessoas e, especialmente, dos mais pobres”, disse dom Leonardo no ato de lançamento.
A ministra-presidente do TSE também destacou a importância histórica da CNBB na luta pelo voto cidadão. “Gostaria de parabenizar a CNBB, em nome do Tribunal Superior Eleitoral, pois a entidade cumpre um papel histórico no Brasil no sentido de fazer com que a cidadania seja respeitada e que ela se respeite, e para isso é preciso que sua participação seja coerente com que ela espera do outro, que cada um cumpra seu papel. Por isso me sinto muito honrada, representando o TSE, de estar junto com a CNBB nesta caminhada, que é uma caminhada por um Brasil em que cada um assuma a responsabilidade com a sua história e, principalmente, com a história que é de todos”.
Citando a Lei Complementar nº 135/2010, mais conhecida como lei da Ficha Limpa, a ministra destacou sua importância social, e não apenas a questão jurídica em si. “É muito importante que a lei da Ficha Limpa se torne efetiva do ponto de vista social, e não do ponto de vista apenas formal e jurídico. E aí, só cada cidadão pode fazer isso, ou seja, na hora que ele escolhe bem o candidato, sabe quem ele está escolhendo e porque ele está escolhendo, o cidadão se torna corresponsável pela administração da cidade”, ressaltou.
No site da CNBB, há um espaço com todo o material produzido pelo NESP e que está à disposição. Acesse www.cnbb.org.br e assista aos vídeos, leia os textos e ouça os spots.
Na quarta-feira, 5 de setembro, o TSE deu início à segunda fase da campanha Voto Limpo, que desde o dia 21 de agosto está sendo veiculada no rádio e na televisão. O objetivo é conscientizar o eleitor sobre a importância de sua participação nas eleições e evitar a troca de votos por vantagens indevidas.
http://www.portalum.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4736:cnbb-lanca-campanha-qvoto-conscienteq&catid=83:brasil&Itemid=460

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

"A cura do coração nos abre a Deus e aos outros", diz o Papa

Um festoso grupo de fiéis e peregrinos acolheu Bento XVI no Pátio interno da residência de Castel Gandolfo, neste domingo, 9 de setembro, para rezar com ele a oração mariana do Angelus.
Comentando o Evangelho deste domingo (Mc 7,31-37), o Papa explicou que há uma pequena palavra, muito importante, que no seu sentido profundo resume toda a mensagem e toda a obra de Cristo. O evangelista Marcos a cita na mesma língua em que Jesus a pronunciou, de modo que a sentimos ainda mais viva. Esta palavra é effatà, que significa: “abre-te”.
Jesus estava atravessando a região dita «Decápole», entre o litoral de Tiro e Sidônia e a Galileia. Levaram a ele um homem surdo-mudo, para que o curasse. Jesus o apartou, tocou suas orelhas e a língua e depois, olhando em direção ao céu, com um profundo suspiro, disse: Effatà, que significa justamente: “Abre-te”. E imediatamente aquele homem começou a ouvir e a falar. Graças ao gesto de Jesus, aquele surdo-mudo “se abriu”; antes estava fechado, isolado; a cura foi para ele uma «abertura» aos outros e ao mundo, uma abertura que, partindo dos órgãos do ouvido e da palavra, envolvia toda a sua pessoa e a sua vida.
Bento XVI acrescentou que o fechamento do homem, o seu isolamento, não depende somente dos órgãos do sentido. Há um fechamento interior, que diz respeito ao núcleo profundo da pessoa, aquilo que a Bíblia chama de “coração”. É isso que Jesus abriu, libertou, para nos tornar capazes de viver plenamente a relação com Deus e com os outros.

Missa em Roma lembra os 15 anos da morte de Madre Teresa de Calcutá

Os quinze anos após a morte de Madre Teresa de Calcutá foram lembrados, ontem, durante uma missa na antiga igreja de Santa Maria em Domnica, também conhecida como Santa Maria alla Navicella, em Roma.
A solene liturgia foi presidida pelo Cardeal Angelo Comastri em uma igreja lotada e enriquecida pelo imponente Coro da Diocese de Roma. Ao lado do altar, em meio a fumaça do incenso, era possível ver uma imagem da Beata Teresa de Calcutá.
"São 15 anos da morte de Madre Teresa, mas a sua memória está muito viva porque os santos deixam uma marca", disse o Cardeal Comastri a Zenit.
“As falsas grandezas - continuou o prelado – se apagam. Madre Teresa disse uma vez que a história é o incinerador de todo orgulho, mas ela era humilde e por isso a sua memória ainda está viva e seu exemplo ainda fascinante”.
Comastri concluiu dizendo que "o exemplo de Madre Teresa é importante na Igreja hoje especialmente depois que o Papa proclamou o Ano da Fé. Toda crise na Igreja tem suas raízes em uma crise de fé: nos disse em muitas ocasiões o Papa, e Madre Teresa repetiu diversas vezes”.
Após a comunhão, uma freira das Irmãs da Caridade, disse que "a mensagem de Madre Teresa para cada um de nós é: o Criador tem sede da sua resposta de amor. A madre exortava a nós irmãs, com estas palavras: amem umas às outras, como Deus amou vocês, pois o amor é o fundamento do sentido da vida e onde há amor, há Deus”.
Concluída a Missa foram expostas duas custódias com relíquias de Madre Teresa para veneração dos fiéis; depois, duas irmãs entregaram um pequeno cartão contendo uma medalha e uma frase da beata albanesa ‘transplantada’ na Índia.
Padre Brian Kolodiejchuk, postulador da causa de canonização de Madre Teresa de Calcutá, disse a ZENIT: "Estamos à espera de um milagre, recebemos muitos relatos de graças, todos os anos, quase sempre ocorrem casos importantes e estamos investigando, ainda que, no momento esperamos um caso forte e sólido o suficiente para apresentar para o processo. Estamos confiantes de que vai chegar”.
"É preciso lembrar - disse o postulador - que para um milagre útil ao processo de canonização, alguém deve rezar pedindo a Madre Teresa e ela deve interceder, Deus tem que realizar o milagre, mas também é necessário que as pessoas nos informem sobre o que aconteceu. Então, como postulador, eu me ocupo de que seja estudado e apresentado ao comitê científico adequado”.
"A comunhão dos santos - acrescentou o postulador - permite-nos estar mais ligado à freira beata. De certa forma, é mais fácil agora, porque antes era necessário chamá-la pelo telefone ou em Calcutá, ou escrever uma carta, e como chegavam muitas, a resposta era lenta. Agora podemos nos comunicar com ela 24 horas, todos os dias".
As Irmãs de Madre Teresa no mundo hoje são 5.080 e 765 casas ( 21 na Itália e 7 em Roma).
 

Bento XVI: "Oração não é só pedidos, mas louvor a Deus"

O Papa Bento XVI retomou nesta quarta-feira, 5 de setembro, as Audiências Gerais no Vaticano, já que as últimas foram realizadas em Castel Gandolfo, onde se encontra sua residência de verão.
Na Sala Paulo VI, o Pontífice prosseguiu suas catequeses sobre a “escola de oração”, comentando o Livro do Apocalipse, o último do Novo Testamento. “Um Livro difícil, mas que contém uma grande riqueza”, disse o Papa.
Um leitor apresenta à assembleia uma mensagem confiada pelo Senhor ao Evangelista João. O leitor e a assembleia constituem, por assim dizer, os dois protagonistas do desenvolvimento do livro; deles, já no início, se diz: “Feliz o leitor e os ouvintes das palavras desta profecia, se observarem o que nela está escritos, pois o Tempo está próximo”.
Do diálogo constante entre eles, brota uma sinfonia de oração, que se desenvolve com grande variedade de formas até a conclusão. “Ouvindo o leitor que apresenta a mensagem, ouvindo e observando a assembleia que reage, a oração deles se torna a nossa”, explicou Bento XVI.
O Apocalipse nos apresenta uma comunidade reunida em oração, porque é justamente na oração que sentimos de modo sempre mais crescente a presença de Jesus conosco. Quanto mais e melhor rezarmos com constância, com intensidade, mais nos parecemos com Ele, e Ele entrará realmente na nossa vida, doando alegria e paz. E quanto mais conhecermos, amarmos e seguirmos Jesus, mais sentiremos a necessidade de nos deter em oração com Ele, recebendo serenidade, esperança e força na nossa vida.
Ao final da catequese, o Papa fez um resumo em várias línguas. Em português, disse: “Queridos irmãos e irmãs, no âmbito da «escola de oração», que vos tenho vindo a propor, quero hoje falar da oração no Apocalipse, o último livro do Novo Testamento. Na primeira parte deste livro, vemos a oração viva e palpitante da assembleia cristã reunida no domingo, «no dia do Senhor». Envolvida pelo amor do Senhor, a assembleia sente-se livre dos laços do pecado e proclama-se como «reino» de Jesus Cristo: isto é, pertence só a Ele. Reconhece a grande missão, recebida no Baptismo, de levar ao mundo a presença de Deus. Conclui esta sua celebração de louvor, fixando o olhar diretamente em Jesus e, com entusiasmo crescente, reconhece que Ele detém a glória e o poder para salvar a humanidade. O «amém» final conclui o hino de louvor a Cristo Senhor. Tudo isto nos ensina que a nossa oração, feita muitas vezes só de pedidos, deve, pelo contrário, ser sobretudo louvor a Deus pelo seu amor, pelo dom de Jesus Cristo, que nos trouxe força, esperança e salvação.

Amados fiéis brasileiros de Nossa Senhora das Dores e de São Bento e São Paulo, a graça e a paz de Jesus Cristo para todos vós e demais peregrinos de língua portuguesa. Quanto mais e melhor souberdes rezar, tanto mais sereis parecidos com o Senhor e Ele entrará verdadeiramente na vossa vida. É na oração que melhor podereis dar conta desta presença de Jesus em vós, recebendo serenidade, esperança e força na vossa vida. Tudo isto vos desejo, com a minha Bênção”.
 

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Bento XVI preside o lava-pés: "Só somos livres se estivermos unidos a Deus"

O Papa Bento XVI presidiu no fim da tarde hoje, Quinta-feira Santa, na Basílica de São João de Latrão, a concelebração da Santa Missa da Ceia do Senhor, início do Tríduo Pascal. Durante a Liturgia, o Papa realizou o rito do lava-pés a doze sacerdotes da Diocese de Roma.
No momento da apresentação das oferendas, foi confiada ao Santo Padre uma oferta humanitária para os refugiados da Síria. Na conclusão da celebração realizou-se a procissão com a reposição do Santíssimo Sacramento no altar da Capela de São Francisco.
Na sua homilia Bento XVI iniciou afirmando que a “Quinta-feira Santa não é apenas o dia da instituição da Santíssima Eucaristia, cujo esplendor se estende sem dúvida sobre tudo o mais, tudo atraindo, por assim dizer, para dentro dela. Faz parte da Quinta-feira Santa também a noite escura do Monte das Oliveiras, nela Se embrenhando Jesus com os seus discípulos; faz parte dela a solidão e o abandono vivido por Jesus, que, rezando, vai ao encontro da escuridão da morte; faz parte dela a traição de Judas e a prisão de Jesus, bem como a negação de Pedro; e ainda a acusação diante do Sinédrio e a entrega aos pagãos, a Pilatos”.
Jesus embrenha-se na noite. A noite significa – disse o Papa - falta de comunicação, uma situação em que não nos vemos um ao outro. É um símbolo da não compreensão, do obscurecimento da verdade. É o espaço onde o mal, que em presença da luz tem de se esconder, pode desenvolver-se.
O próprio Jesus – que é a luz e a verdade, a comunicação, a pureza e a bondade – entra na noite. Esta, em última análise, é símbolo da morte, da perda definitiva de comunhão e de vida. Jesus entra na noite para a superar, inaugurando o novo dia de Deus na história da humanidade.
Jesus quer ter perto de Si três discípulos – continua o Santo Padre: Pedro, Tiago e João; são os mesmos três que viveram a experiência da sua Transfiguração. Os discípulos, cuja proximidade Jesus pretendeu naquela hora de ânsia extrema como elemento de apoio humano, depressa se adormentaram. Todavia ainda ouviram alguns fragmentos das palavras ditas em oração por Jesus e observaram o seu comportamento. Jesus chama a Deus «Abbá»; isto significa – como eles adiantam – «Pai».
Se nos perguntássemos qual seria o elemento mais característico da figura de Jesus nos Evangelhos, - diz Bento XVI - temos de dizer: a sua relação com Deus. Ele está sempre em comunhão com Deus.
O evangelista Marcos, que conservou as recordações de São Pedro, narra que Jesus, depois da invocação «Abbá», acrescentou: Tudo Te é possível; Tu podes tudo (cf. 14, 36). Aquele que é a Bondade, ao mesmo tempo é poder, é onipotente. O poder é bondade e a bondade é poder. Esta confiança podemos aprendê-la a partir da oração de Jesus no Monte das Oliveiras.
O Papa refletiu ainda sobre o conteúdo da súplica de Jesus. Jesus luta com o Pai: melhor, luta consigo mesmo; e luta por nós. Sente angústia frente ao poder da morte. Este sentimento é, antes de mais nada, a turvação que prova o homem, e mesmo toda a criatura viva, em presença da morte.
Mas, em Jesus, trata-se de algo mais. Ele estende o olhar pelas noites do mal; e vê a maré torpe de toda a mentira e infâmia que vem ao seu encontro naquele cálice que deve beber.
Por último, - sublinha o Papa - devemos debruçar-nos sobre o conteúdo da oração de Jesus no Monte das Oliveiras. Jesus diz: «Pai, tudo Te é possível; afasta de Mim este cálice! Mas não se faça o que Eu quero, e sim o que Tu queres» (Mc 14, 36). A vontade natural do Homem Jesus recua, assustada, perante uma realidade tão monstruosa; pede que isso Lhe seja poupado. Todavia, enquanto Filho, depõe esta vontade humana na vontade do Pai: não Eu, mas Tu.
E assim Ele transformou a atitude de Adão, o pecado primordial do homem, curando deste modo o homem. A atitude de Adão foi: Não o que quiseste Tu, ó Deus; eu mesmo quero ser deus. Esta soberba é a verdadeira essência do pecado. Pensamos que só poderemos ser livres e verdadeiramente nós mesmos, se seguirmos exclusivamente a nossa vontade. Vemos Deus como contrário à nossa liberdade.
Quando o homem se põe contra Deus, - sublinha Bento XVI - põe-se contra a sua própria verdade e, por conseguinte, não fica livre mas alienado de si mesmo. Só somos livres, se permanecermos na nossa verdade, se estivermos unidos a Deus.
Na luta da oração no Monte das Oliveiras, Jesus desfez a falsa contradição entre obediência e liberdade, e abriu o caminho para a liberdade. “Peçamos ao Senhor - finaliza o Papa - que nos introduza neste «sim» à vontade de Deus, tornando-nos deste modo verdadeiramente livres”.

Santa Sé pede solidariedade para cristãos do Médio Oriente

Santa Sé apela aos bispos de todo o mundo, solicitando donativos para as comunidades da terra natal de Jesus.
A Congregação para as Igrejas Orientais, organismo da Santa Sé, solicita hoje o apoio de toda a Igreja Católica para evitar a fuga dos fiéis da Terra Santa perante a “violência” e a “opressão”.
“A emigração de cristãos tem-se agravado pela falta de paz, que tenta empobrecer a esperança, transformando-se no medo de estar sozinho perante um futuro que parece não existir a não ser com o abandono da própria pátria”, assinala o cardeal Leonardo Sandri, prefeito do referido dicastério da Cúria Romana, ema carta enviada aos bispos de todo o mundo.
Este responsável apela à chamada ‘Coleta em favor da Terra Santa’, uma iniciativa anual que remonta ao século XV, feita habitualmente nas celebrações de Sexta-feira Santa.
“Dirijo um cordial convite a todas as comunidades eclesiais para que estejam do lado dos cristãos de Jerusalém, Israel e Palestina, como dos países circundantes, Jordânia, Síria, Líbano, Chipre, Egito, que juntos compõem aquela Terra abençoada”, escreve o cardeal argentino.
A missiva sublinha os “sofrimentos de todo o Médio Oriente”: “Para os discípulos de Cristo as hostilidades são o pão quotidiano que alimenta a fé e que, por vezes, fazem ressoar o eco do martírio em toda a sua atualidade”.
Nesse sentido, são recordadas em particular as situações de violência na Síria e os apelos do Papa ao diálogo e à defesa das populações.
A Congregação para as Igrejas Orientais lembra ainda aos bispos “o constante pedido” de Bento XVI para que “a missão da Igreja nos Lugares Santos seja generosamente sustentada”.
O organismo da Santa Sé publica um documento informativo, que ilustra as obras realizadas pela Custódia da Terra Santa em “escolas, programas de saúde, necessidades habitacionais, locais para encontros e tudo o que a generosidade da Igreja tem sabido suscitar”.
Em causa, assinala-se, está um “um louvável serviço social” que “abate as divisões e as discriminações para inaugurar um renovado diálogo ecumênico e a cooperação inter-religiosa”.
“Quanta fé que encontramos nos jovens, desejosos de testemunhar as bem-aventuranças, amando os próprios países no compromisso pela justiça e pela mediante a não-violência evangélica”, observa o cardeal Sandri.
O membro da Cúria Romana apela às “peregrinações” dos católicos, como forma de “ajuda concreta” e sinal de “fraternidade” para com as comunidades que vivem na terra natal de Jesus.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Papa pede orações por sua viagem apostólica ao México e a Cuba

Ao meio-dia deste domingo, 18 de março, o Papa João Paulo II colocou-se à janela de seus aposentos – que dá para a Praça São Pedro – para rezar com fiéis e peregrinos a oração mariana do Ângelus.
Bento XVI pediu aos fiéis que rezem por sua viagem apostólica ao México e a Cuba, que terá início na próxima sexta-feira, dia 23. O Papa expressou a sua proximidade às famílias das crianças belgas mortas, terça-feira passada, num acidente rodoviário ocorrido na Suíça.
Recordando o Dia Mundial da Água, que será celebrado na próxima quinta-feira, dia 22, fez votos de que seja assegurado a todos um acesso equânime e seguro desse precioso recurso.
Falando sobre o Evangelho deste domingo, reiterou que, sobretudo na Quaresma, é importante recorrer ao Sacramento da Reconciliação.
Saudando os fiéis e peregrinos de língua espanhola, pediu orações para sua próxima viagem apostólica, daqui a alguns dias, que o levará primeiro ao México e depois a Cuba, para – disse –"confirmar a fé dos cristãos dessas amadas nações e de toda a América Latina":
"Convido todos a me acompanharem com sua proximidade espiritual, para que nesta visita pastoral nasçam abundantes frutos de vida cristã e de renovação eclesial, que contribuam para o autêntico progresso desses dois povos. Confio essa peregrinação à Santíssima Virgem Maria, que naquelas terras abençoadas recebe os devotados nomes de Guadalupe e da Caridade."
De fato, o Papa dirigiu uma oração especial em favor dos familiares das crianças mortas num trágico acidente rodoviário na Suíça. Falando em francês, o Pontífice assegurou a sua proximidade aos que foram atingidos por essa grande dor.
Comentando a passagem do Evangelho dominical, Bento XVI ressaltou que Jesus bem sabe que o cume da sua missão é a Cruz, "ápice do amor que nos dá a salvação". Mas – acrescentou –, se é infinito o amor misericordioso de Deus que dá "o seu único Filho em resgate da nossa vida, é também grande a nossa responsabilidade:
"De fato, cada um deve reconhecer encontrar-se doente, para poder ser curado; cada um deve confessar o seu pecado para que o perdão de Deus, já concedido na Cruz, possa ter efeito em seu coração e em sua vida."
Por vezes – observou o Pontífice –, "o homem ama mais as trevas do que a luz, porque é apegado a seus pecados":
"Mas é somente abrindo-se à luz, é somente confessando sinceramente as suas culpas a Deus, que se encontra a verdadeira paz e a verdadeira alegria. É importante, então, recorrer com regularidade do Sacramento da Penitência, em particular na Quaresma, para receber o perdão do Senhor e intensificar o nosso caminho de conversão."
Após a reflexão sobre o Evangelho, o Papa dirigiu um pensamento particular ao Fórum de Marselha, na França, sobre a Água, e ao Dia Mundial da Água, que este ano ressalta o laço entre tal precioso recurso e a segurança alimentar:
"Faço votos de que essas iniciativas contribuam para assegurar a todos um acesso equânime, seguro e adequado da água, promovendo assim os direitos à vida e à alimentação de todo ser humano, e um uso responsável e solidário dos bens da terra, em benefício das gerações presentes e futuras."
Bento XVI saudou também os participantes do Congresso em andamento em Gniezno, na Polônia. Que tal evento – disse, falando em polonês – seja para a Europa "memória de suas raízes cristãs e da necessidade de construir uma sociedade civil fundada nos valores evangélicos".
Por fim, recordando que nesta segunda-feira, 19 de março, a Igreja celebra a festa de São José, agradeceu de coração àqueles que o recordarão em suas orações no dia de seu onomástico.
O Santo Padre concedeu a todos a sua Bênção Apostólica.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Bento de Núrsia

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São Bento de Núrsia, nascido Benedetto da Norcia (Nórcia, c. 480monastério de Montecassino, c. 547) foi um monge italiano, fundador da Ordem dos Beneditinos, até hoje uma das maiores ordens monásticas do mundo. Foi o criador também da Regra de São Bento, um dos mais importantes e utilizados regulamentos de vida monástica existentes e inspiração de muitas outras comunidades religiosas. Foi designado santo padroeiro da Europa e um grande intercessor pelo Papa Paulo VI em 1964, sendo venerado não apenas por católicos, como também por ortodoxos. Foi o fundador da Abadia do Monte Cassino, na Itália (destruída durante a Segunda Guerra Mundial e posteriormente r
Biografia
A fonte de todos os acontecimentos da vida de São Bento são os Diálogos de São Gregório Magno, que se baseou em fatos narrados por monges que conheceram pessoalmente São Bento.
Segundo São Gregório, São Bento foi filho de um nobre romano, tendo realizado os primeiros estudos na região de Núrsia (próximo à cidade italiana de Spoleto). Mais tarde, foi enviado a Roma para estudar retórica e filosofia, mas, tendo se decepcionado com a decadência moral da cidade, abandona logo a capital e se retira para Enfide (atual Affile). Ajudado por um abade da região chamado Romano, instalou-se em uma gruta de difícil acesso, a fim de viver como eremita. Depois de três anos nesse lugar, dedicando-se à oração e ao sacrifício, foi descoberto por alguns pastores, que divulgaram a fama de santidade.
A partir de então, foi visitado constantemente por pessoas que buscavam conselhos e direção espiritual. É então eleito abade de um mosteiro em Vicovaro, no norte da Itália. Por causa do regime de vida exigente, os monges tentaram envenená-lo, mas, no momento em que dava a bênção sobre o alimento,saiu da taça que continha o vinho envenenado uma serpente e o cálice se fez em pedaços. Com isso, São Bento resolve deixar a comunidade. Volta à caverna onde, recebendo grande quantidade de discípulos, funda diversos mosteiros. Em 529, por causa da inveja de um sacerdote da região, tem de se mudar para Monte Cassino, onde funda o mosteiro que viria a ser o fundamento da expansão da Ordem Beneditina. Em 540 escreve a Regula Monasteriorum (Regra dos Mosteiros). Morre em 547.
As representações de São Bento geralmente mostram, junto com o santo, o livro da Regra, um cálice quebrado e um corvo com um pão na boca, em memória ao pão envenenado que recebeu de um sacerdote invejoso. São Gregório conta que, por sua ordem, o corvo levou o pão até onde ninguém o encontrasse.
As relíquias de São Bento estão conservadas na cripta da Abadia de Saint-Benoît-sur-Loire (Fleury), próximo a Orleáns e Germigny-des-Prés, no centro da França.
 Oração
Em latim:
"Crux Sacra sit mihi lux;
non draco sit mihi dux;
vade retro satana!;
nunquam suad mihi vana;
sunt mala quae libas;
ipse venena bibas."
Tradução:
"A Cruz sagrada seja a minha Luz.
Não seja o Dragão meu guia.
Retira-te Satanás!
Nunca me aconselhes coisas vãs.
É mal o que tu me ofereces.
Bebe tu mesmo do teu veneno."

Rogai por nós bem aventurado São Bento, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Santificação
De acordo com a tradição, São Bento de Núrsia foi santificado por ter vencido duas ciladas armadas pelo Diabo, nas quais lhe é oferecido um cálice de vinho envenenado e um pedaço de pão, também envenenado. 
Além disso, em inúmeras vezes fora tentado efetivamente pelo Inimigo, além de ser ofendido e insultado de tal maneira que os irmãos de hábito que estavam ao seu redor podiam escutar as ofensas que ele recebia.
O Santo Varão, como também é chamado, vencia o Tentador utilizando-se do sinal da cruz e da oração contida na Cruz Medalha que fora esculpida nas paredes de um mosteiro.

 A Regra de São Bento
A Regula Monasteriorum, que conta com 73 capítulos e um prólogo, foi retomada por Bento de Aniane no século IX, antes das invasões normandas; ele a estudou e codificou, dando origem a sua expansão por toda Europa carolíngia, ainda que tenha sido adaptada diversas vezes, conforme diversos costumes. Posteriormente, através da Ordem de Cluny e da centralização de todos os mosteiros que utilizavam a Regra, ela foi adquirindo grande importância na vida religiosa européia durante a Idade Média. No século XI surgiu a reforma de Cister, que buscava recuperar um regime beneditino mais de acordo com a regra primitiva. Outras reformas (como a camaldulense, a olivetana ou a silvestriana), buscaram também dar ênfase a diferentes aspectos da Regra de São Bento.
Apesar dos diferentes momentos históricos, nos quais a disciplina, as perseguições ou as agitações políticas causaram uma certa decadência da prática da Regra de São Bento, e mesmo da população monástica, os mosteiros beneditinos conseguiram manter, durante todos os tempos, um grande número de religiosos e religiosas. Atualmente, perto de 700 mosteiros masculinos e 900 mosteiros e casas religiosas femininas, espalhados pelos cinco continentes, seguem a Regra de São Bento. Inclusive algumas comunidades de confissões Luterana e Anglicana.
 A Cruz-Medalha de São Bento
Diz-se que a Cruz-Medalha de São Bento foi descoberta por ocasião da condenação de algumas bruxas, que afirmaram não conseguir praticar qualquer tipo de feitiçaria ou encanto contra os moradores do mosteiro local. Intrigados com o fato, foram averiguar o que existia no mosteiro. Ao entrarem em uma das dependências, observaram entalhadas na coluna as imagens contidas nas Medalhas utilizadas ainda hoje.
Observa-se ainda, que ao contrário da crendice popular, na frente da medalha não está a Cruz e sim a imagem do Homem de Deus, empunhando uma cruz e sua Regra.
Após a morte de São Bento, um fiel seguidor do santo cria uma medalha na qual estão escritas iniciais de frases em latim, como se vê abaixo:
 Na frente da medalha:
 "Ejus in obitu nostro praesentia muniamur" = Sejamos protegidos pela sua presença na hora de nossa morte. No verso:
 CSPB = Crux Sancti Patris Benedicti (Cruz do Santo Pai Bento) CSSML = Crux Sacra Sit Mihi Lux (A Cruz Sagrada Seja a Minha Luz) NDSMD = Non Draco Sit Mihi Dux (Não seja o dragão o meu guia) VRS = Vade retro, satana! (Para trás, satanás!) NSMV = Nunquam Suade Mihi Vana (Nunca seduzas minha alma) SMQL = Sunt Mala Quae Libas (São coisas más que brindas) IVB = Ipse Venena Bibas (Bebas do mesmo veneno)